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Começa agora a apropriação das fórmulas (o mito requer, aliás, a fórmula pura, é o momento expurgatório das outras verdades). Um pronome repete à exaustão o agudo momento da perda. Revisitamos o mundo com o olhar para dentro – e é dolorosa a apropriação alheia dos espaços reservados. Afinal, há caminhos inversos que nos esperavam há muito.
Começa agora a apropriação equívoca das fontes. A palavra, o momento, a grata recordação reservam-se para uma exposição que é mundana, e fere. As nossas almas reclamam o salário de um amor profundo, quantas vezes à distância de uma estranha renúncia – e as letras desse alfabeto maldito são o lume onde ardem as palavras antigas.