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E há as paredes. Cegas. Maciças. Asfixiam. Contra a cal. Geram o poderoso impulso da liberdade. Quebramos contra elas cristais momentâneos. Babam-nos de feroz salitre, de impotência surda. Confundem-nos porque não explicam. Não abrem. São sugestivas para dentro, num sentido concêntrico. Impedem os outros lugares. Sugerem-nos, com a resistência bruta que lhes opõem. Aqui só a liberdade. Contra elas só a liberdade. Só o pensamento alodialmente feroz. Livre e feroz, bruto e feroz, tomado da ferociddae que arranca luz dos medos fundos. Aqui só a inteira humanidade que se alimenta do sangue fundador. Contra elas opomos caminhos abertos a pulso pela humanidade e pela liberdade. Pela condição primeira do pacto ôntico, pela humana sujeição ao sopro criador. Fazem-nos, as paredes. Cegas. Maciças. Impedem. Fundam, paradoxais, a liberdade.